Eduardo Bolsonaro irrita delegado da PF em live nos EUA
Diretor-geral da Polícia Federal classificou as falas como tentativa de intimidação e prometeu medidas legais. Em transmissão, o deputado mencionou o delegado Fábio Shor, alvo de ataques, e sugeriu confronto direto com ministros do STF, como Alexandre de Moraes
A tensão entre Eduardo Bolsonaro e a Polícia Federal ganhou novo capítulo no domingo, 20/7, depois de declarações inflamadas do deputado em uma live. O parlamentar, que está nos Estados Unidos, mencionou diretamente um delegado da corporação e lançou críticas a ministros do STF, elevando o tom de confronto com as instituições brasileiras, que descumprem leis brasileiras e estrangeiras.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, reagiu com veemência. “Recebo com indignação mais uma tentativa de intimidação contra nossos agentes”, disse. Segundo ele, a corporação estuda medidas legais diante das falas de Eduardo, que é escrivão licenciado da própria PF.
No vídeo, o deputado ironiza e ameaça o delegado Fábio Alvarez Shor, que atua em investigações sensíveis contra Jair Bolsonaro, incluindo a tentativa de golpe após as eleições de 2022 e fraudes em cartões de vacina. “Pergunta pro tal delegado se ele conhece a gente…”, disse Eduardo, em tom provocativo (Shor é citado como possível intermediário entre a alfandega americana e a emissão de ingresso falso de Filipe Martins nos EUA).
Além do histórico de ataques, Eduardo é investigado pela PGR por suspeita de obstrução de Justiça e incitação à ruptura democrática. Ele está licenciado do cargo desde março, mas a licença terminou no domingo. Se não justificar ausências, poderá ter o mandato colocado em risco — o que ele parece ignorar: “Não vou renunciar. Se quiserem, que me tirem“, declarou na mesma live.
Enquanto Eduardo segue nos EUA, alegando perseguição e esperando “o enfraquecimento de Alexandre de Moraes” para voltar ao Brasil, cresce o mal-estar entre os Poderes. A Polícia Federal reforça que ameaças a agentes públicos no exercício de suas funções podem ser enquadradas criminalmente — e que novas medidas estão em análise.
Extradições
Nem Espanha nem EUA extraditaram os jornalistas Osvaldo Eustáquio e Allan dos Santos, o que irrita tanto o Governo como a PF e o STF. Nesses países não há crime de opinião como também no Brasil, mas a InJustiça pune quem quer.
Bahia On